quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A LENDA DO BOTO

Morador muito querido
Dos rios da Amazônia
Animal bem conhecido
Do Pará até Rondônia
Parecido com golfinho
Gracioso esse bichinho
Beleza não se contesta
Sobre o boto cor-de-rosa
Tem uma lenda famosa
Nas entranhas da floresta

Em certas localidades
À noite, das águas sai
Durante as festividades
Converter-se em homem vai
Sujeito belo, elegante
Criatura fascinante
Com a branca vestimenta
Visual irretocável
Um terno alvo, impecável
Esse camarada ostenta

A transformação citada
Contudo, não é perfeita
A figura é adornada
Um chapéu branco enfeita
Usados pra respirar
Precisa ele ocultar
Da cabeça os orifícios
Humano quase total
Detalhes do animal
Ficaram como resquícios

Cavalheiro sedutor
Depois da metamorfose
Gentil e encantador
Provoca certa hipnose
Faz sucesso c'as mocinhas
Sempre escolhe as bonitinhas
Pra ficarem do seu lado
Pra margem do rio ou praia
Arrasta o "rabo de saia"
Seu intento é consumado

Em um clima de magia
Os afagos não se nega
O seu desejo sacia
O casal é pura entrega
Sem sequer dizer o nome
Depois disso, ele some
Sem voltar na redondeza
Ocorre a fecundação
Do fruto da gestação
Foi-se o pai, que malvadeza!

Esse folclore da gente
Tem estórias cativantes
Sobre esta, comumente
Dizem vários habitantes
Quando mulher engravida
E sendo desconhecida
"Autoria" masculina
Esse aí, já fiques certa
Deve ser, não foste esperta
"Filho do Boto", menina!

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