quinta-feira, 11 de novembro de 2010

OS DOZE TRABALHOS DE HÉRCULES

Cada estória fascinante
A mitologia traz
Eu lhes falo doravante
Da saga de um rapaz
Duma força tão brutal
Deveras descomunal
Por Hércules conhecido
Ele foi filho de Zeus
O mais importante deus
E na Grécia foi nascido

Seu pai, casado com Hera
Teve um caso paralelo
E com Alcmena tivera
Esse robusto bruguelo
Hera, pela traição
Com fúria no coração
Quis matar o tal menino
Duas cobras enviou
Mas estas estrangulou
Era forte o pequenino

A deusa não deu sossego
Irritada o perseguia
No citado herói grego
Seu poder provocaria
Um acesso de loucura
A valente criatura
Imponente, grande porte
Fazendo o que deusa quer
Os seus filhos e mulher
Sem juízo, leva à morte

Enorme arrependimento
O remorso é obstáculo
Voltando o discernimento
Em Delfos, ouve o oráculo
Ele é orientado
A servir um rei chamado
Eristeus, lá em Micenas
Pra purgar a insanidade
Recebeu nessa cidade
Tarefas jamais amenas

Foram doze seus encargos
Nenhum fácil, com certeza
Trabalhos demais amargos
Mesmo pr'uma fortaleza
Desejando a redenção
Aceitou sua missão
Destemor tinha consigo
Um a um foi enfrentar
Não pensava em recuar
Daquele árduo castigo

Assombrava em Nemeia
Leão quase indestrutível
Começava a epopeia
Desse Hércules incrível
Após tentar uma vez
A fera de presa fez
Matando c'as mãos, portanto
Do embate bem se saíra
A pele do bicho tira
Para usá-la como manto

Em Lerna foi maioral
Oito cabeças cortou
A outra qu'era imortal
Num buraco enterrou
Com a Hidra, uma serpente
Ele fez assim, somente
Em uma das metas dadas
Ademais, no sangue dela
Suas flechas ele mela
E ficam envenenadas

No Monte de Erimanto
Vivia um javali
Ele assustava tanto
Os moradores dali
A tarefa era dura
Promover sua captura
Sem a ordem pra matar
Eis que o bicho foi cercado
Depois disso, dominado
Hércules lhe fez cansar

N'outro monte, o Cerineu
Esse cabra foi algoz
Da corça que conheceu
Pés de bronze, mui veloz
Seus chifres feitos de ouro
A corrida era um estouro
Mas ele correu atrás
Por um ano, destemido
Perseguiu, bem sucedido
Melhorando seu cartaz

No Lago Estínfale, as aves
Ficavam só na espreita
Uns verdadeiros entraves
Pr'os homens e pra colheita
Foram mortas pelo cara
Com habilidade rara
Disparou golpes certeiros
Outrora tão perigosas
Com as flechas venenosas
Deram voos derradeiros

Em Élida, o governante
Rei Áugias era chamado
Tinha gado até bastante
Mas era mui relaxado
A sujeira do rebanho
Imundície sem tamanho
Não limpou anos a fio
Nosso herói nisso trabalha
Pra tal, força não falha
Em dois rios fez desvio

Na ilha chamada Creta
Um touro ficou doidão
Eis aqui a nova meta
Pra livrar a região
Controlar o bicho louco
Pro herói isso foi pouco
Da fera fez seu brinquedo
Com o touro dominado
Ele cruza o mar a nado
Missão cumprida sem medo

Diomedes possuía
Mui ferozes, éguas várias
E não raro incitaria
Essas coisas sanguinárias
Contra quaisquer visitantes
Seus dentes dilacerantes
Devoravam sem perdão
Hércules aprisionou
Todas elas e botou
Diomedes pra refeição

Das amazonas rainha
Hipólita era guerreira
O cinto bonito tinha
Uma joia verdadeira
Convenceu-lhe o herói notório
A entregar o acessório
Mas Hera não satisfeita
Fez com que houvesse luta
O cabra vence a disputa
Mata a chefe desta feita

Gerion era um gigante
Três cabeças, colossal
De Erítia um habitante
Eurítion, seu serviçal
Em sua propriedade
Bois em grande quantidade
Muitos mesmo, incontáveis
Matando dono e pastor
Do rebanho foi senhor
Dez tarefas, que louváveis!

Num jardim desconhecido
Pomos de ouro buscou
Nisso aí se viu perdido
Mas Atlas auxiliou
Este aí, gigante era
Enquanto Hércules espera
Segurando o céu no ombro
Maçãs trouxe do pomar
Retomando seu lugar
O grandão, imenso assombro

Esse Cérbero terrível
Três cabeças, um cachorro
Rabo de cobra, temível
Qualquer um pede socorro
Ele era o guardião
De Hades, a escuridão
Qu'era um mundo inferior
Ao nosso protagonista
Cão nenhum há que resista
Sucumbiu ao seu vigor

Após feita a conclusão
Dos trabalhos, ele casa
Dejanira foi paixão
Que seu coração arrasa
Um centauro, certa vez
Com tamanha insensatez
Procurou violentá-la
Pelo raivoso marido
Mortalmente foi ferido
Não sem antes enganá-la

Nessus diz a Dejanira
O meu sangue é o elixir
Um pouco dele retira
Pro amor sempre existir
S'ele olhar outra senhora
Por favor, dê sem demora
Para ele um pouco disso
Assim, terá do seu lado
Um eterno enamorado
Esse é meu compromisso

A mulher, boba, acredita
No que o centauro disse
Quando surge outra, bonita
Sem querer que o par partisse
Ela manda, ensanguentado
Um manto pro seu amado
Era veneno tremendo
Percebendo a sua sorte
Hércules, sentiu a morte
Teve um fim de vida horrendo

Queimou-se o corpo, matéria
Numa pira incandescente
Sua essência, por etérea
Teve um final diferente
Ao Olimpo ascendeu
E num deus se converteu
Destarte, finda a jornada
De emoções deveras rica
Marcante, nos livros fica
Perenemente gravada

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